Assim como a Ciência não é neutra, o ensino dos conhecimentos aceitos na comunidade científica também não pode o ser. Mas, o que isso significa? Significa que, da mesma forma em que o desenvolvimento da Ciência se dá dentro de um contexto histórico, influenciado por aspectos culturais, econômicos, políticos e sociais, o ensino dos conhecimentos resultantes de determinada época também deve considerá-los. Ou seja, ao trabalharmos um conteúdo em sala de aula, é importante que nós, professores, abordemos o momento histórico vivenciado pela sociedade em que este fora proposto.

Certamente, consideramos essa discussão necessária para todas as áreas do conhecimento e todas as suas divisões. Sendo assim, o ensino da Genética não poderia ficar de fora.

Esta área é dividida, didaticamente, entre Genética Clássica (ou Mendeliana) e Molecular. No Ensino Médio, costuma-se apresentar a Genética Clássica primeiramente, destacando sua origem com os experimentos de Gregor Mendel - que, hoje, recebe o título de pai da Genética. Contudo, muitos professores os trabalham de forma objetiva, apenas explicitando os resultados de sucesso que o monge obtivera e as implicações destes à compreensão da hereditariedade.

É justamente considerando essa situação que o trabalho de Brandão e Ferreira (2009), publicado na revista História e Filosofia da Biologia, fora desenvolvido. No caso, os autores destacam a relevância de contextualizar o período histórico vivenciado por Mendel durante o ensino, de modo a contribuir com um entendimento global dos alunos. Além disso, também apontam alguns equívocos que podem ser cometidos por alguns professores na abordagem do assunto, como a atribuição dos conceitos de genótipo e fenótipo à Mendel, de forma errônea.

Caso queira saber mais sobre o artigo mencionado, clique aqui. Recomendamos sua leitura por acreditar que ele possa contribuir com sua prática docente, considerando que o trabalho com as conclusões de Mendel em sala de aula pertença à unidade temática Vida e Evolução do 9º ano da BNCC.

Referência:

BRANDÃO, G. O.; FERREIRA, L. B. M. O ensino de Genética no nível médio: a importância da contextualização histórica dos experimentos de Mendel para o raciocínio sobre os mecanismos da hereditariedade. Filosofia e História da Biologia, v. 4, p. 43-63, 2009.